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Justi?a de Pernambuco revoga pris?o de Gusttavo Lima

Júlia Moura September 25, 2024

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Justi?a de Pernambuco revoga pris?o de Gusttavo Lima

A pris?o preventiva de Gusttavo Lima, decretada pela Justi?a de Pernambuco na segunda-feira (23/9), foi revogada nesta ter?a-feira (24/9) pelo desembargador Eduardo Guilliod Maranh?o, do Tribunal de Justi?a do Estado. O cantor sertanejo era investigado na Opera??o Integration, que apura um esquema de lavagem de dinheiro e jogos ilegais. Além da revoga??o da pris?o, também foram anuladas as ordens de apreens?o de seu passaporte, registro de arma de fogo e a suspens?o de seu porte de arma. 

A opera??o, conduzida pela Polícia Civil de Pernambuco, está investigando figuras públicas envolvidas em movimenta??es financeiras suspeitas, incluindo o nome de Lima, que teria adquirido 25% de participa??o na empresa de jogos “Vai de Bet”, apontada como operadora de apostas ilegais. Entre as acusa??es, estava a oculta??o de R$ 9,7 milh?es, que teriam sido recebidos por meio de depósitos ilegais. O cantor também foi acusado de dar abrigo a dois investigados foragidos, José André da Rocha Neto e Aislla Sabrina Henriques Truta Rocha, sócios da “Vai de Bet”. 

A juíza Andréa Calado da Cruz, responsável por decretar a pris?o do cantor na segunda-feira, argumentou que o artista estaria favorecendo a fuga de foragidos e teria la?os financeiros que comprometiam sua integridade na investiga??o. Em uma viagem recente à Grécia, Lima foi acusado de transportar José André e Aislla em sua aeronave particular, alimentando suspeitas de envolvimento em atividades ilegais. A magistrada apontou que, no retorno da viagem, dois investigados poderiam ter desembarcado na Grécia ou nas Ilhas Canárias, levantando dúvidas sobre o papel do cantor na facilita??o da fuga. 

No entanto, a defesa de Gusttavo Lima, composta pelos advogados Delmiro Dantas Campos Neto, Matteus Macedo e Cláudio Bessas, entrou com um pedido de habeas corpus na noite de segunda-feira (22/9), contestando as acusa??es e argumentando que a rela??o de Lima com as empresas investigadas era estritamente comercial e legal. Eles afirmaram que os contratos assinados pelo cantor, incluindo a venda de uma aeronave para a empresa “Vai de Bet”, seguiam todas as normas legais, com transa??es bancárias registradas e reportadas aos órg?os competentes, como a Agência Nacional de Avia??o Civil (ANAC). 

O desembargador Eduardo Guilliod Maranh?o, ao revogar a pris?o, classificou as justificativas da juíza como “meras ila??es impróprias e considera??es genéricas”, indicando que n?o havia indícios suficientes de que Gusttavo Lima estivesse envolvido diretamente no favorecimento à fuga dos investigados. Maranh?o destacou ainda que, quando o cantor viajou com José André e Aislla para a Grécia, no início de setembro, eles ainda n?o eram considerados foragidos, já que suas pris?es preventivas só foram decretadas dias depois, em 3 de setembro de 2024. 

Além de revogar a pris?o de Gusttavo Lima, o desembargador Maranh?o também concedeu liberdade à influenciadora e advogada Deolane Bezerra, presa na mesma opera??o. Deolane é outra figura pública envolvida na investiga??o, sendo acusada de participar do esquema de lavagem de dinheiro e de ter liga??es com atividades ilegais relacionadas a jogos de azar. 

O cantor, que estava nos Estados Unidos na segunda-feira (23) quando foi decretada sua pris?o, foi incluído no sistema da Polícia Federal, que notificou sua saída do país em dire??o a Miami. Segundo o jornalista Elijonas Maia, da CNN, Lima viajou pouco antes de sua pris?o ser solicitada. 

Mesmo com a revoga??o de sua pris?o, Gusttavo Lima segue sendo investigado, e seu nome continua envolvido em várias suspeitas no ambito da Opera??o Integration. Entre as revela??es mais recentes da investiga??o, está o fato de que empresas ligadas ao cantor teriam recebido cerca de R$ 49,4 milh?es da “Esportes da Sorte” e da “Vai de Bet” desde 2023, o que motivou a inclus?o de Lima na lista de investigados. As autoridades investigam se essas quantias est?o relacionadas a práticas de lavagem de dinheiro. 

Apesar das suspeitas, o criminalista Eugênio Malavasi afirmou que a pris?o preventiva decretada contra o cantor foi “ilegal” e “arbitrária”, alegando que ela contrariava o princípio constitucional da presun??o de inocência. Segundo Malavasi, a decis?o original da juíza n?o tinha fundamentos suficientes para justificar uma medida t?o extrema quanto a pris?o preventiva, e que, por enquanto, Lima é apenas um investigado, sem acusa??o formal. 

O advogado Bruno Dallari Oliveira Lima, especialista em direito criminal, também comentou o caso, explicando que, para que um novo pedido de pris?o contra Gusttavo Lima seja feito, seria necessário que surgissem novos fatos incriminatórios, algo que ainda n?o aconteceu até o momento. 

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